quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Uma reflexão sobre o Método dentro do ensino do design.

Alguns leitores podem não saber, mas sou estudante de Design Gráfico, me formo ano que vem. Nessa jornada, algumas reflexões tornaram-se inevitáveis, seja sobre o ensino acadêmico ou sobre as funções e objetivos do próprio design/projeto gráfico.

Dentro desse feeling, posto aqui então algumas palavras sobre o ensino de metodologias dentro do curso de design:



Uma reflexão sobre o Método dentro do ensino do design.

Existe uma mística que envolve o método, as etapas projetuais sugeridas por algum autor, no ensino do design, que ao invés de instigar os alunos a realizarem projetos obtendo soluções adequadas e inovadoras, acabam por limitar a qualidade dos resultados.

No meio acadêmico são ensinados métodos dos mais variados autores, adequados aos mais diversos tipos de projetos.

Contudo, eles são ensinados como uma fórmula mágica e infalível. Seus passos são tidos como premissas de um radicalismo quase fundamentalista, que não pode ser questionado ou alterado, devendo ser seguidos como um dogma.

Dessa forma, muitos alunos que não tem o ímpeto acadêmico da análise profunda e levantamento de dados com embasamento, acabam realizando projetos medíocres, seguindo cegamente etapas projetuais sem saber aplicar o conhecimento obtido através delas, em seus projetos.

Quando podemos observar colegas que realizam seus projetos de maneira a ficar clara a sua intimidade com os métodos, propondo adaptações devido às particularidades de seus projetos, sabendo aplicar os conhecimentos de cada etapa nos seus estudos e alternativas, obtendo resultados brilhantes, professores e colegas (incluindo eu) ficam maravilhados com a qualidade do trabalho, que acabam se caracterizando como exceções, quando na verdade a exceção deveria ser o trabalho medíocre, sem profundidade e sem consistência.

Creio que a forma de ensino dos métodos deveria ser repensada, uma vez que é uma triste verdade que a maioria dos estudantes não tem o ímpeto empírico do design no processo de seus projetos, oriundos de um sistema de ensino médio e fundamental que castra a criatividade dos alunos.

É obvio também que muitos dos resultados brilhantes dos projetos se devem ao esforço pessoal dos seus projetistas, que por questões adversas alguns alunos não apresentam, mas aquém disso, acredito ser de uma importância ímpar a revisão a respeito do ensino das metodologias, de forma que os alunos compreendam o seu funcionamento interno, as possibilidades que eles podem revelar, dominando a sua aplicação nos projetos, encontrando através das “limitações” das etapas os caminhos para uma solução criativa, estruturada e embasada no conhecimento técnico do design, resultado de uma aplicação correta dos resultados das analises e levantamento de dados.

Felipe P. B., Porto Alegre-RS. 16 de dezembro de 2009.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Discurso Final de "O Grande Ditador"

Pra quem nunca viu, fica a dica. Apesar de ser um filme em preto e branco, antigo, ele se faz mais atual do que nunca. Dirigido por Charles Chaplin, critica firmemente o nazismo e regimes ditatoriais em geral. Com seu humor característico, Chaplin, em seu primeiro filme falado, faz o uso da palavra com extrema maestria. Como diria Machado de Assis, com a pena da galhofa e a tinta da melancolia. Chaplin retrata o terror da segunda guerra, em seu filme de 1940, um ano após o inicio do conflito, quando as pessoas nem sonhavam o que acontecia com os judeus na Alemanha.

Segue o texto correspondente ao discurso que encerra o filme e abaixo um pedaço do vídeo:

"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício.
Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos! ( segue o estrondoso aplauso da multidão ).

Então, dirige-se a Hannah :
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!."




quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

V de Verdade, V de Virtude, V de Vingança.


Hoje o post ficou deveras extenso, entretanto peço encarecidamente que gastem esses preciosos minutos de vossos dias e o leiam, pacientemente.


Ontem vi “V de Vingança” (V for Vendetta) na TV, pela terceira vez. Nunca tinha prestado a devida atenção ao filme, para mim sempre foi a história de um sociopata com explosivos. Entretanto, notei que estava abissalmente equivocado. Ainda não li a obra literária original, mas pretendo fazê-lo o quanto antes.

Gostaria de partilhar um pequeno verso que escrevi, intitulado "A Verdade sobre nossas vidas", motivado pelas idéias do filme:

A Verdade sobre nossas vidas
É que somos viventes vulneráveis,
Nas mãos de falsos homens valorosos,
Vis viciados que visam unicamente
Viver voluptuosamente
Via nosso visceral trabalho.

Valendo-se disso,
Vale a pena lembrar
Que para os gregos,
A deusa da virtuosa ética, Nêmesis,
É também a deusa da voraz vingança.

Uni-vos contra os vermes
Que desvirtuam nossa sociedade
Que não sejam vãos nossos esforços
Que não devorem nem violem nossa integridade
Que a Verdade revele-se.


por Felipe Barcellos.

Aqui um vídeo utilizando falas do filme, expressas em uma brilhante animação tipográfica:





Segue um texto atribuído a Arnaldo Jabor, que foi censurado pelo TSE =]

“A verdade está na cara, mas não se impõe.

O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, “explicáveis” demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira.

Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada, broxa.

Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos. Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes , as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo. Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz. Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata.

Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão na bunda. A verdade se encolhe, humilhada, num canto.

E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de “povo”, consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações “falsas”, sua condição de cúmplice e comandante em “vítima”. E a população ignorante engole tudo.

Como é possível isso? Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados — nos comunica o STF. Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo. Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...

Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me: “Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?”. A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo . A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos! Pior: que os fatos não são nada — só valem as versões, as manipulações.

No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política.

Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da República. São verdades cristalinas, com sol a pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de “gafe”. Lulo-petistas clamam: “Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT? Como ousaram ser honestos?”.

Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de “exibicionista”. Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de “finesse” do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando...

Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para coonestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma novi-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o populismo e o simplismo. Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em “a favor” do povo e “contra”, recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o “sim” e o “não”, teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição mundo x Brasil, nacional x internacional. A esquematização dos conceitos, o empobrecimento da linguagem visa à formação de um novo ethospolítico no país, que favoreça o voluntarismo e legitime o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois.

Assim como vivemos (por sorte...) há três anos sem governo algum, apenas vogando ao vento da bonança financeira mundial, só espero que a consolidação da economia brasileira resista ao cerco político-ideológico de dogmas boçais e impeça a desconstrução antidemocrática. As coisas são mais democráticas que os homens.

Alguns otimistas dizem: “Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de verdades!”. Não creio. Vamos ficar viciados na mentira corrente, vamos falar por antônimos. Ficaremos mais cínicos, mais egoístas, mais burros.

O Lula reeleito será a prova de que os delitos compensaram. A mentira será verdade, e a novi-línguaestará consagrada.”

Obrigado pela paciência.

Ficam duas dicas de leitura: "Pornopolítica", de Arnaldo Jabor. E claro, "V for Vendetta", de Lloyd e Moore.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Regras para Ações

Hoje postarei um texto que encontrei em um outro blog, o ZenHabits, escrito por Leo Babauta.
O original é em inglês então tentarei uma tradução própria e não literal, espero que gostem!

Obs: ao traduzir notei que caberiam pequenos comentários, os quais farei entre colchetes: “[...]”.

“Muitas vezes nos encontramos presos na inação – um atoleiro de dúvidas, distrações, perfeccionismos e planejamento em demasia que nos impedem de seguir adiante.
E como defendo que não devemos nos meter em um turbilhão de atividades, também acredito que as pessoas acabam se perdendo em distrações e acabam perdendo o foco sobre o que é realmente importante e como cumprir com seus objetivos reais.

Então, hoje, gostaria de apresentar, humildemente, algumas pequenas regras de ação – alguns lembretes e dicas que creio serem úteis, mas não inventadas, coisas que fazem parte do senso-comum, mas que acabam não sendo tão comuns assim.

1. Não pense muito. Pensar demais acaba nos travando, nos fazendo andar em círculos. Pensar é bom – é ótimo que tenhamos uma visão clara de qual o nosso objetivo, para onde estamos indo e o motivo pelo qual estamos fazendo tal coisa – mas não se bloqueie pensando. Faça.

2. Comece agora. Todo o planejamento do mundo não vai te levar a lugar nenhum. É preciso tomar o primeiro passo, não importa o quão pequeno ou radical ele seja. Minha regra para motivação pessoal é: amarre os sapatos e saia de casa. O restante vai acabar se acomodando sozinho, é conseqüência. [Talvez não “sozinho”, mas só depois do primeiro passo é que as coisas começam a acontecer]

3. Esqueça o perfeccionismo. Ele é o inimigo da ação. Mate-o, agora! Não há como aperfeiçoar se você parar de fazer. É possível transformar um desenho ruim em um bom. Mas não há como transformar nenhum desenho em um desenho bom. Então, prossiga. [Se você está executando algo de forma adequada, bem planejada, a chance de errar é muito menor e as correções e aperfeiçoamentos posteriores também...]

4. Não confunda movimento com ação. Um engano comum. Um frenesi de atividade não significa que você está fazendo algo. Quando você se dá conta de que está indo rápido demais, fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, é um ótimo lembrete para parar. Vá devagar. Foque-se.

5. Concentre-se nas ações importantes. Esqueça as distrações. Pegue a coisa mais importante que você tem para fazer hoje, concentre-se nisso. Exclusivamente. Quando terminar, repita o processo com a próxima tarefa.

6. Vá devagar, conscientemente. Seja cauteloso. Ações não precisam ser tomadas com rapidez. Isso, geralmente, resulta em erros e a perfeição não é algo de suma importância [Lembre-se, ações bem pensadas necessitaram de poucos reparos e aperfeiçoamentos, é necessário encontrar um equilíbrio], assim como uma pilha de erros e falhas ridículas que poderiam ter sido evitadas com um pouco de consciência.

7. Dê passos curtos. Abocanhar mais do que se pode mastigar vai matar o processo. Talvez devido ao choque, não sei. Mas passos pequenos sempre funcionam. Pequenos golpes podem quebrar uma montanha no tempo certo. Cada passo é uma vitórias que vai te levar às próximas vitórias.

8. Pensamento negativo não leva a lugar algum. Sério, pare com isso. Duvida? Pressa em terminar? Dizer a si mesmo que não tem problema um distraçãozinha e que você pode terminar depois? Se livre desses pensamentos. Bom, tudo bem uma pequena distração às vezes, mas você entendeu. Pense positivo, por mais piegas que pareça, funciona de verdade. É um diálogo interior, e o que dizemos a nós mesmos tem o estranho habito de se tornar realidade.

9. Reuniões não são ação. É um erro comum na administração. Eles marcam reuniões para fazer as coisas andarem. Mas quase sempre, infelizmente, elas levam você aonde você já está. Pare de marcar essas reuniões! [Feedbacks são importantes, mas seja direto, conciso]

10. Falar (geralmente) não é ação. Claro, a menos que a ação que você precise tomar seja uma palestra, apresentação ou algo do tipo. Ou que você seja apresentador de televisão. Mas, geralmente, falação é só falação. Comunicação é necessária, mas não confunda com a verdadeira ação. [Falar sobre os seus afazeres e objetivos gratuitamente não colabora em nada para que eles se concretizem, a menos que você esteja conversando com alguém disposto a ouvir para ajudá-lo, já que muitas vezes alguém de fora tem uma visão menos tendenciosa do que você está fazendo]

11. Planejar não é ação. Obvio, é necessário planejar. Planeje para tornar claros os seus objetivos. Mas faça isso sem perder muito tempo e parta para ação o mais cedo possível. [Métodos existem para facilitar a vida nesse sentido...just Google it]

12. Ler sobre não é ação. Você está lendo um artigo sobre ação. Irônico, eu sei. Mas que seja o ultimo! Agora, de volta ao trabalho! [Espera! Leia o ultimo item antes =) ]

13. Algumas vezes, inação é melhor. Talvez esse seja o item mais irônico da lista, mas, de fato, se você se encontrar em um atoleiro, girando as rodas sem sair do lugar, ou que você está fazendo mais mal do que bem, repense as suas ações. Ou melhor, faça isso no início – É necessário fazer isso? Apenas execute a ação se a resposta for afirmativa. [Isso ajuda também a manter o foco sobre a razão de se estar fazendo tal coisa e o seu objetivo com ela]

Conversa não cozinha o arroz’ – Provérbio Chinês.”

Ao final, ele indica o livro que escreveu “The Power of Less” (O Poder do Menos) disponível no Amazon.com, clicando aqui.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Razão existencial, uma questão de consciência.

Quando se percebe que o “eu” pessoal, o “eu” individual, é, de fato, uma grande ilusão, passa-se a perceber o “em volta” de uma forma diferente, com mais respeito.

Ao notar que, na verdade, tudo está – de alguma forma – interligado, novos valores são agregados ao nosso repertorio moral. Pois, o mesmo sentimento que impede alguém de pisar em uma formiga, propositalmente, é o que impede alguém de “lucrar” o troco da mercearia, que a moça do caixa deu a mais, e é o mesmo sentimento que impediria que um deputado, se o tivesse, tirasse “por fora” 30 mil reais mensais de forma ilícita, diretamente do bolso dos contribuintes.

Nossos gostos, traços psicológicos, físicos, são tão originais, únicos e importantes para o universo quanto o padrão de manchas na carapaça de um besouro ou na pele de uma salamandra. E por incrível que o pareça, as machas do besouro e da salamandra são importantes, de maneira igual para o universo, em relação às nossas individualidades.

Trocando em miúdos, negar ou atenuar, que seja, o nosso individualismo exacerbado, é fundamental para o bom desenvolvimento da sociedade. Esses tempos me chamaram de romântico, no sentido de que esses conceitos são fantasias, irreais, entretanto, digo que o romântico, na verdade, é que acredita que é possível que nossa sociedade se desenvolva e evolua sem revermos nossos pontos de vista, sem achar que é necessário mudar alguma coisa ou fazer algo com esse fim. Achar que nossa sociedade pode perdurar mesmo com essa atual crise de valores e moral é que é romântico.

Sim, eu acredito que podemos mudar, basta querer, basta pensar. Basta lutarmos contra a alienação e o conformismo que o sistema nos força a tomar como rédeas em nossas vidas. Basta acordarmos.

Uma vez um amigo, o André, me disse umas palavras que, após refletir sobre, mudaram drasticamente a minha visão sobre o mundo e as pessoas, em um momento de total descrença para com a sociedade:
- Só há solução enquanto as pessoas existirem.

E é verdade. Acreditar que as pessoas, em geral, são egoístas e fazem tudo por interesse próprio, é uma artimanha de auto-piedade, um consolo, pois assim a culpa por estar ciente dos problemas e continuar inerte frente a eles é consideravelmente menor. Assim isentamo-nos da responsabilidade.

Somos responsáveis por aqueles que cativamos e uma vez que compreendemos que nossa existência está diretamente conectada a todo um universo, no sentido de que cada sub-parte de um sistema tem a sua importância, não podemos ignorar a responsabilidade, os deveres e os compromissos que firmamos por fazermos parte deste universo. É uma questão de consciência tentar arrumar o que percebemos estar errado. Não de consciência, no sentido de “consciência tranqüila”, pois isto também seria egoísta e não seria verdadeiramente uma razão, mas sim no sentido de que, de fato, entendemos que somos parte de um todo, e que como tal, temos nossa parcela de dever para com ele, para assim, contribuirmos para a evolução dele, em nome daqueles que vierem depois de nós, sejam eles pessoas, insetos, mamíferos, rochas, o que for, pois aí está a beleza da Vida.

Quem já viu o filme “Pequena Miss Sunshine” pode rever (ou quem não viu, ver) e perceber o filme com outros olhos. Note que a van é amarela e as pessoas nela, por mais que tenham seus defeitos e particularidades, estão lá, empurrando-a para fazê-la cruzar o horizonte, objetivando realizar os sonhos de uma garotinha. E se a van for o Sol? E se o ato de empurrá-la for o esforço que devemos fazer para sairmos da inércia mental? E se a garotinha e seu sonho for o nosso sonho, nossa esperança num futuro melhor?

Encontre seus sonhos, TENHA sonhos. São eles que movem o mundo e melhor ainda se seu sonho for viver em um mundo melhor.

Parafraseando o Vic: se este corpo que nos conduz destina-se a breve experiência, façamos dela uma experiência cada vez melhor!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Homo Futurus - The Inside Story

Muito interessante... infelizmente não encontrei a versão legendada ou dublada... mas é um inglês de fácil compreensão...

01/06


02/06


03/06


04/06


05/06


06/06

Invenção do Contemporâneo

"O papel do consumidor na construção de um mundo sustentável"

pra quem se pergunta:
"Há alguma coisa que eu possa fazer?"

Taí uma das respostas (6 vídeos em sequência):

01/06

02/06

03/06

04/06

05/06

06/06

quarta-feira, 17 de junho de 2009

La Liberté

Clique aqui para ampliar.
Eugène Delacroix - La Liberté guidand le peuple. 1830.

Uma pintura que me fez refletir muito dia desses ao ver um debate sobre a mesma, na TVE.
Ela representa o espírito revolucionário e vencedor(?) de uma época que marcou muito a sociedade como um todo.

Um pouco de história pela Wiki:

Sobre Delacroix
Sentindo-se um pouco culpado pela sua pouca participação nos acontecimentos do país, pintou A Liberdade Guiando o Povo (1830), um quadro que o estado adquiriu e que foi exibido poucas vezes, por ter sido considerado excessivamente panfletário. O certo é que a bandeira francesa tremulando nas mãos de uma liberdade resoluta e destemida, prestes a saltar da tela, impressionou um número não pequeno de espectadores. Essa obra de Delacroix é a capa do álbum "Viva La Vida Or Death And All His Friends" de 2008, da banda Coldplay.


Revolução de julho de 1830
Nos dias 27, 28 e 29 de julho de 1830, conhecidos como os três dias gloriosos, o povo de Paris e as sociedades secretas republicanas, liderados pela burguesia liberal, fizeram uma série de levantes contra Carlos X. Levantou-se barricadas na capital francesa e generalizou-se da luta civil. As revoltas populares sucediam-se a tal ponto que a própria Guarda Nacional acabou por as apoiar, aderindo à sedição. Após lutas nas ruas parisienses (as Três Gloriosas), o último Bourbon teve de partir para o exílio no começo de agosto. O clima da revolução perpassa pelas páginas de Os Miseráveis, de Victor Hugo.
De fato, muito bonitinho desse jeito. Entretanto, caros amigos, lhes convido a ver mais de perto esta obra. O que temos? Qual o seu contexto real? Sua representação?

A começar pela história da obra em sí, que chegou a ser comprada pelo Estado para ser mantida longe dos olhos do povo por um determinado período e depois devolvida ao autor anos mais tarde, temos aí pistas de que seu significado não é exatamente de exaltação de um espírito vencedor.

A revolução francesa, alí representada em sua reta final, foi a responsável pela consolidação do liberalismo na Europa. Encabeçado pela burguesia decadente, em crise, se utilizando do descontentamento do povo, desemprego e revolta com as condições de trabalho, tendo-os assim como peões para suas táticas, estoura uma guerra civil na França, povo contra a monarquia vigente.

Até aí é lindo, a união de duas camadas sociais contra a opressão de um Estado absolutista visando a evolução social. A Liberdade.

Liberdade?

Bom.. se pararmos pra pensar o quão controlados, sugestionados, avaliados, cobrados, etc, somos nesse modelo econômico atual.. o capitalismo.. oriundo desse espírito liberalista de 1830, pergunto, somos realmente livres? Fora isso, todos os nossos conceitos, nem sempre racionais, que muitas vezes medem, censuram nossas vontades, nos auto-boicotam.

Começa que pode-se afirmar que já naquela época a Liberdade alcançada não era nem um pouco a que fora esperada... daí o motivo do Estado liberalista esconder esta obra do povo... O povo queria liberdade, e o teve, mas não conforme o era desejado... continuaram a servir um sistema decadente e insustentável (questão de tempo), continuaram a ser explorados, a trabalhar em condições sub-humanas, etc...

E é esse espírito que Delacroix tenta mostrar. Temos A Liberdade representada por uma figura feminina, em vestes e pele sujas, com pêlos no corpo (que na época já não era mais moda) e a empunhar uma arma na outra mão. É uma liberdade grosseira, a olhar desconfiada ao soldado (a quem diga que seria o próprio Delacroix) popular que lhe aponta um rifle, com a mão no gatilho, e segurando o cano da arma com a outra, em um ato fálico. Uma demonstração de poder sobre a liberdade do que poderia ser um possível burguês dadas as suas vestes, que não combinam com a miséria do povo naquela circunstância específica.

Temos crianças a empunhar armas, com caras sujas, larrapiando as roupas dos soldados mortos, sobre os quais também pisam em cima juntamente com o restante do povo. Soldados populares, mais motivados pela ira do que pela ideologia de liberdade, de chapéu e peças de roupa afanadas dos soldados inimigos, mortos. Uma multidão em pânico e extasiada, descontrolada.

Essa é a liberdade que Delacroix pintou. Essa é a realidade em que vivemos. Não somos livres at all...

"Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça,
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva"

Admirável Chip Novo - Pitty
As pessoas também confundem muito liberdade com falta de organização ou responsabilidade, conforme o Mestre Vic constatou esses dias em um dos nossos pequenos debates. Mesmo erro crasso muito cometido com relação ao termo anarquismo também.

Ter liberdade, em um sentido mais específico, em nossa sociedade atual, justamente significa ter discernimento e responsabilidade suficiente para saber a consequência de seus atos, medí-los para então executá-los. Ter bom senso suficiente para se conviver em sociedade e saber onde começa e termina a minha e a sua liberdade. Grandes poderes exigem grandes responsabilidades... E nossa capacidade de escolha é um grande poder, quando bem executada...

Poucos sabem mas o Sr. Lulo assinou um tratado que garante trocas de privilégios com o Vaticano, ao passo que seja obrigatória a disciplina de "Ensino Religioso" em TODAS as escolas... Mas.. o Estado não era Laico? Ou deveria ser? Ainda mais no Brasil, que é uma suruba étnico-religiosa (o que é ótimo e é um dos grandes diferenciais da nossa terra maravilhosa cheia de encantos mil)... E os filhos de famílias judias brasileiros? De religiões africanas, espíritas, evangélicas, pagãs... Isso tudo em meio a volta à censura...

Bom, se o mundo vai acabar em 2012 eu não sei, mas se que tá ficando uma Merda Foda cada vez pior.. isso tá...

"Não sois máquina, homem é o que sois!"
O Grande Ditador.
Para ler: "Lula assina acordo com o Vaticano sobre o Ensino Religioso"

sábado, 16 de maio de 2009

Um dia diferente...

"Pai nosso que estais no céu...
Mãe nossa que estais na Terra"

Disse hoje a adorável Lígia Amaral Lima, bruxa e escritora, no encontro do Círculo das Artes, dentre tantas outras sábias frases...

Um encontro muito interessante, talvez um chamado de volta... não sei.. algo está a bloquear o sinal, interferência, estática...

Queria muito umas férias pra mim mesmo. Mas chega que o intuito deste blog não é servir de diário. LONGE disso.

Mas de fato hoje foi um dia que merece ser compartilhado com os leitores deste blog:

Além do encontro pagão que sempre mexe demais comigo e me faz repensar várias coisas, fiz uma pergunta à um amigo budista, o André, no msn:

Se, hipotéticamente e bem "viajadamente", a humanidade toda fosse se extinguir ao mesmo tempo, para sempre, da face da Terra, e tu, e somente tu, tivesse o poder de salvá-la, salvaria e por que?

E confesso que fiquei muito surpreso com a naturalidade e expontaneidade com que ele disse:

Claro que sim!

Eu, que até então, sem hesitar, faria toda a questão de não salvar (guerras, sofrimento, ódio, intolerância, egoísmo, poluição, destruição, extinção, etc), indaguei:

Por que?
E ele, sabiamente, disse:

Só há solução enquanto as pessoas estão vivas!

Nunca uma frase me fez tão sentido. É o paradoxo que termina com qualquer argumento de vilão de anime...

Somos todos responsáveis pelo que estamos fazendo e somos nós que temos a obrigação de limpar a bagunça!

Eu nunca tinha visto por esse lado e, de fato, é um marco pra mim essa nova visão sobre a humanidade...

Quem sabe não é este um dos propósitos... ao menos um propósito menor, no sentido de que é o mínimo de obrigação que devemos ter... mas ainda não creio que seja o propósito maior... mas já é um...


Sei que o texto está meio confuso hoje, mas é porque eu estou meio confuso..muitas informações e mudanças de perspectiva pra um dia só...mas assim que é bom...

Eu acho, ao menos =]


Abraços, irmãos...


voltar mãosis...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Expectativas



Neste domingo, no Khadro Ling, a Lama Sherab Drolma fez uma analogia muito interessante:

"Nós vemos o arco-íris sem expectativas.
Sabemos que para que ele ocorra são necessários que alguns fatores aconteçam em conjunto.
Temos uma visão naturalmente budista sobre o arco-íris.
Não criamos expectativas para vê-lo, pois sabemos que quando aqueles requisitos para que ele aconteça se alinharem, ele acontecerá.
Ao mesmo tempo que não criamos expectativas para vê-lo, não ficamos indiferentes com a sua presença. Admiramos. Chamamos pessoas para vê-lo também. Mas não sofremos se ele não aparecer."
Olhamos para o arco-íris de maneira sabia.

Espero um dia olhar para outras faces da vida mundana da mesma forma. Principalmente no quisito das relações interpessoais.

Sabemos que para que elas ocorram alguns fatores devem estar presentes.
Entretanto criamos muitas expectativas sobre as pessoas, anceios.
Justamente sobre as pessoas, que menos temos "controle" ou podemos esperar atitudes previsiveis. Isso causa sofrimento, a não contemplação de nossas expectativas.

Tudo no mundo é efêmero. Objetos, pessoas, palavras, ações, etc. Tudo vêm e vai. Tudo tem um inicio, um desenvolvimento, um fim e um recomeço ou mudança.
"Tudo muda o tempo todo, no mundo."

Não devemos ser indiferentes às pessoas. Devemos apreciar quando conseguimos construir uma relação que faz bem a sí e aos outros, uma relação saudável. Manter um distânciamento diferente de isolamento. Um distanciamento referente à compreensão de que as coisas independem de nossas expectativas.

Devemos ficar felizes quando alguem que gostamos nos diz palavras bonitas, de coração. Mas não devemos levar em consideração palavras ruins que alguém que não goste tanto de nós assim, por mais "não intencinal", impensado ou expontâneo que sejam. Não devemos retribuir com ódio ou rancor, com desânimo ou baixar nossa auto-estima.

Ainda nas palavras da Lama Sherab Drolma:
"Quando o fazemos, é como se a pessoa tivesse tentado acertar uma flecha contra nosso peito. E a flecha cai ao chão, perto de nossos pés. Aí então pegamos a flecha e começamos a cravar em nós mesmos, nos perguntando:
O que eu fiz para esta pessoa pensar isso de mim?
Será mesmo que é verdade o que esta pessoa disse?
Por que esta pessoa não gosta de mim?"


Releve o que lhe causa sofrimento, não há motivo para levar em consideração críticas que não sejam construtivas, que tenham malícia e o veneno da inveja diluído em suas palavras.

Mas aprecie e regue as boas relações, cultive os bons amigose destes, quando construtivas, ouça as críticas. Por mais duras que sejam, é sabio refletir sobre elas visando uma melhora do seu ser.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Ignorância


Namastê

Hoje decidi falar de um assunto que estava planejando há algumas semanas. A ignorância.

Por hipocrisia minha critico muito pessoas que são ignorantes por gosto, por não querer saber das coisas mesmo tendo oportunidade. O clássico cego que não quer ver...
Ou aquele que olha o dedo ao invés de olhar a Lua, conforme disse o sábio Bruce Lee, recentemente quotado neste blog.

Entretanto esqueço-me que somos todos ignorantes dentro de nossos conhecimentos, pois nem sempre o que julgamos saber, o é. Na maioria das vezes estamos enganados aliás. Não por saber o "errado", mas por esquecermos que uma mesma coisa pode ter diferentes verdades.

Umbanda.

Sempre olhei com maus olhos esta crença por N motivos, dentre eles o "ouvi falar que..." e assim por diante. Nos deixamos agregar conhecimentos de outros como se fosse o nosso. E não o é.

Pra quem não sabe o que é umbanda e pra quem julga saber, principalmente para os que julgam saber, eu recomendo este link: Umbanda - Saindo da Matrix

Quem diria que seria possível um conhecimento, teoricamente, bem presente na nossa sociedade brasileira, fruto de misturas diversas, se apresentar tão desconhecida para as pessoas em geral? E me incluo nelas...

Quem diria que a Umbanda, um crença tida erroneamente como afro-descendente, poderia ter suas origens nas crenças tibeto-nepalesas?

Enfim, não vou dar spoilers nem ouso copiar as palavras do link que foram tão bem escritas para iluminar nosso conhecimento sobre tal crença. Leiam por vocês mesmos e surpreendam-se!

Claro, não podemos também perder a noção que está é uma das várias possíveis verdades sobre um tema, mas lembro também que a única certeza deste mundo, é a morte [e o ciclo das coisas], então, aproveitem!

Boa leitura!

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Palavras não podem expressar a Verdade.

Aquilo que as Palavras expressam não é a Verdade.

"Subhuti, não afirmeis que o Tathagata concebe a idéia: ‘Eu indiquei um Ensinamento’. Pois se qualquer um disser que o Tathagata indicou um Ensinamento esta pessoa realmente calunia o Buddha, e é incapaz de explicar o que ensino. Para qualquer sistema que pretenda declarar a Verdade, a Verdade de fato não é declarada; apenas damos a estes sistemas o nome de ‘uma declaração da Verdade".

Até os próprios Ensinamentos são relativos, pois as palavras não podem descrever e conceituar o Absoluto, são como sinais de trânsito apontando o caminho para a Verdade, mas não são a própria Verdade. Na realidade o caminho também não existe porque a Verdade não vai nem vem, sempre esteve aqui e agora conosco, o tempo todo desde sempre, não havendo necessidade de dar um só passo para encontrá-la.

domingo, 19 de abril de 2009

Meditar

Depois de uma visita a SP, provavelmente uma das melhores viagens que eu vou fazer em anos, com as cias perfeitas \o/ (foi demais guriãssss *O* vlw por td!) e com direito a visita a um templo budista, o Templo Zu Lai, no feeling de arrecadar informações, já que entendi q deveria fazer isso, devido aos sinais pessoais q recebi, encontrei isso que ainda não ví todo mas me parece bem interessante até o momento:




E esse também:
parte 1:




parte 2:




parte 3:





Bom filme ^^

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Prem Rawat

Prem Rawat, o Maharaji (título que carrega).

Pela primeira vez ouvi falar dele naquele filme bisonho... "O Guru do Sexo"... do cara q descobre q pode ficar rico sendo charlatão e bla bla bla e ele se apaixona por uma guria lá..enfim.. pastelões americanos...

Quando ouvi, relevei, pois logo pensei "ah, deve ser mais um charlatão desses ganhando às custas do sofrimento alheio..."

Entretanto, acabei de vê-lo na televisão, até então não sabia que era ele o tal maharaji, pra mim era só um indiano dizendo coisas... Daí parei pra ouvir.

Meu mundo se abriu.

Tudo que andei lendo sobre hinduísmo, budismo, taoísmo, etc, passou a fazer sentido...

Bom, vejam e entendam o porque...


Prem Rawat (Maharaji) - "This is what I do" (legendado)





Prem Rawat (Maharaji) - A Viagem / The Journey





Palavras de Paz - "Luz Interior"

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Frenesi



Hoje a caminho pro trabalho minha mãe comentou a respeito de um fato tenebroso que ocorreu na noite de ontem. Chegando, fui conferir a notícia. Segue um trecho:
"Empresária matou família no RS para poupá-la de sofrimento com dívidas, diz polícia.

Proprietária de duas empresas na área de calçados em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, a empresária Roselani Picinini D'Ávila, 47, é acusada de ter matado três pessoas da mesma família: o marido, a irmã e a sobrinha, de seis anos. De acordo com a Polícia Civil, a mulher --que tentou se matar após os crimes e está internada- confessou ter matado a família em depoimento à polícia, no hospital.

"Ela assumiu plenamente os atos", disse o delegado Nauro Osório Marques, titular do 1º DP de Novo Hamburgo, responsável pelo caso. Os corpos foram encontrados na madrugada de hoje. A empresária também foi encontrada ferida.

Segundo o delegado, o crime teria sido premeditado pela mulher, que estava com dívidas. Ainda de acordo com Marques, ela sustentava a irmã e a sobrinha, e o apartamento onde vivia estava em processo de penhora.

Em sua casa, foram encontradas cartas em que ela afirmava passar por dificuldades financeiras e dizia que iria matar as pessoas que mais amava. "Ela disse que queria poupá-los do sofrimento", afirmou.

A polícia informou que Roselani frequentava um psiquiatra e tomava remédios para depressão há algum tempo. Em entrevista à Folha Online, Marques afirmou que, apesar de ter confessado o crime, a empresária mostrou-se "arrependidíssima. "Ela tinha a sobrinha como uma filha", afirmou."


Minha mãe comentou:

"É, hoje em dia, do jeito que as coisas estão, temos que aprender a viver com o que temos..."


Eu digo ainda que se o sistema capitalista não sofrer mudanças e adaptações radicais, casos assim acontecerão cada vez com mais frequência (sem trema?) e não mais 3 em um milhão como afirmam as estatísticas.

A pressão é tanta que as pessoas estão perdendo o controle sobre si. Mas, imagino eu que outros também notem, pior ainda é a frustração, de você trabalhar todo dia estafantemente e ter até mais de um emprego ou fazer "freelas" para pagar suas contas e ainda os malditos impostos...

E aqui cabe um parêntese:
Segundo a Federasul (e o Impostômetro), trabalhamos cerca de 4 meses para pagarmos APENAS impostos de todo o ano de consumo, do IPVA ao INSS. Entretanto é uma média geral. Em muitos casos, cerca de 50% dos meses de trabalha são apenas para pagar impostos.
...para vermos o novo avião luxuoso do nosso gracioso presidente, que diga-se de passagem, é bem melhor que o do Bush enquanto era presidente (wtever...). Afinal de contas, o nosso espertíssimo e gozador presidente, merece ;D (y) isso sem falar na nova centena de empregados que ele contratou, tipo, serviçais, mordomos...

Poisé e enquanto tem gente se matando, tem gente voando e fazendo piada. E isso é o Brasil, meu Brasil americano, meu mulato sofredor, que sempre dá um jeitinho pra tudo o/

E se no nosso país a coisa tá assim, logo no Brasil, um país que sempre foi tão alegre =D, como será que não está nos EUA, tipo, de verdade, porque certamente a imagem que os EUA vendem para os jornais mundiais é bem mais "otimista" do que a realidade, os EUA sabem que marketing pessoal é tudo.

E assim, como todos os ciclos do universo, este também terá que se renovar. Este sistema NÃO DÁ MAIS.

E aliás, o post recente no blog do Vi está, de certa forma, muito relacionado a este assunto.

Temde~nsiatotau e viva o desapego material.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Não tome o dedo pela Lua.


O genial Bruce Lee, certa vez, disse:

Veja-o como um dedo apontando para a Lua. “Por favor, não se fixe ao dedo, senão você perderá inteiramente a beleza do firmamento. Após tudo, a utilidade do dedo é em apontar, longe dele mesmo, a LUZ que o ilumina e que ilumina a tudo mais”.


Ontem, conversando com a Ami e com o Vi, deparei-me com um texto que ela havia escrito algum tempo, que de certa forma, de maneira impecavelmente poética, descrevia um pouco de mim...

Ao reler notei que não bato mais 100% com ele, conforme outrora.
Mas bem, as pessoas crescem, mudam, umas para melhor, outras não... outras permanecem estagnadas... enfim...
Entretanto, talvez seja impressão ou mera nostalgia, conforme conversei com o Thiago esses dias, mas sinto que naquela época as coisas em geral tinham mais graça, eram mais apaixonantes, não precisavam fazer sentido e não eram tão complexas como hoje... talvez pela benção da ignorância da imaturidade.

Mas amadurecer significa abrir mão de alguma parte de nós? De uma parte que dava mais vida à vida? Significa endurecer e perder la ternura?

"...pero sin perder la ternura jamás!"
Che.


Talvez o caminho que certas buscas tomam estejam me afastando de mim mesmo, por pura ironia do destino, na tentativa de me conhecer melhor e ao em volta, me perdí de mim mesmo em dado momento da jornada...

É como dirigir em uma autoestrada, por mais que os campos sejam verdejantes, as montanhas brinquem de fazer gigantes e o animais dos pastos sigam suas vidas bucólicas, o motorista só pode olhar pra frente, sem admirar a paisagem...

Talvez seja necessário parar por um momento no acostamento, alongar-me, admirar o que precisa ser admirado e aí então seguir viagem... Até nestas viagens, quem diria, é necessessário parar um pouco...

"Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás!"



Jamás...

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Uma daquelas coincidências estranhas que têm acontecido seguidamente...
Estava lendo um dos meus blogs favoritos, que aliás, tem um conteúdo bárbaro, e me deparo com o seguinte texto:

"...

O Mantra OM NAMAH SHIVAYA é um mantra de evocação a Shiva. A tradução literal do mantra seria "Eu Saúdo o Senhor Shiva". Shiva é, segundo a tradição hindu, o segundo aspecto da trindade. Ele possui vários epítetos (atributos), sendo os mais conhecidos "transformador, o de doce efulgência, o de três olhos" (tryambake)... No entanto, a palavra Shiva é literalmente "o Benevolente". Shiva é a Consciência Pura, o fundamento original do Ser. No yoga e nas correntes védicas ele é chamado de Brahman. Brahman e Shiva representam o mesmo princípio: O Todo, o Absoluto, o Fundamento Original do Ser. Sendo assim, Shiva é normalmente retratado em postura yogue, com rosto sereno, plácido e sempre em paz. Sendo O TODO, nada está fora dele, e portanto, ele é sempre o mesmo, igual em todas as circunstâncias.

Mas a maioria das pessoas associa Shiva a movimento, pois está associado a transformação, mudança. E como acabamos de ver, ele é pura quietude, visto que SEMPRE É O MESMO. Se é assim, por que associar ele a transformação, ou até mesmo à destruição? Parece que temos um paradoxo ai, não é mesmo?

Mas isso é só aparente.

Sendo Shiva a Consciência Pura, o Fundamento do Ser, quando evocado ou "sintonizado", tende a iniciar o "movimento de ajuste de foco" em nós mesmos. Assim, a "energia" de Shiva tem a propriedade de nos mostrar a Realidade Última, ou seja, a nossa própria natureza essencial. Shiva é o destruidor... das ilusões!

Quando isso ocorre, as dualidades da realidade aparente em que vivemos tendem "a se chocar", causando uma sensação aparente de desordem ou mudança.

Na verdade, as mudanças ou "viradas de cabeça" que a energia de Shiva provoca não é nada mais do que um "puxão para a Realidade". E quando falo realidade, não falo da realidade ordinária, do dia-a-dia. Falo da Realidade da Consciência como sendo uma e tudo. Falo de um puxão ou um fluxo de energia que se cria no sentido de "movimentar as dualidades em nossa cara" e fazer com que surja a possibilidade de perceber o REAL, o essencial de tudo e em tudo.

..."

Bom, pra quem não sabe, tenho estudado e praticado um corrente dentro do hinduísmo e pra mim, foi tocante ler isso, neste momento.

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É como se você jogasse um jogo em primeira pessoa, onde você vê as suas mãos de perto e o cenário com os próprios olhos, e então, em dado momento, mudasse a câmera, a perspectiva, e daí visse o jogo em terceira pessoa, vendo seu personagem de trás, sem ver suas mãos de perto...
Sensação de perda de um pouco de identidade...

Obviamente, o jogador de primeira pessoa não sabia lidar com algumas situações que o jogador de terceira agora sabe, pela falta de visão mais abrangente, do todo, maturidade...
Mas o jogador de primeira também não se pegava abalado por não conseguir encontrar um sentido ou o mecanismo das coisas, ele apenas vivia, sem se questionar sobre isso...

Mas qual a necessidade desse questionamento? Por que tem que ter um sentido? Sou só eu ou fria lógica que adquirimos com a idade, necessariamente, entra em conflito com a falta de sentido lógico das coisas do mundo?

Enfim, só um parêntese mesmo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

I'm in *tzuisssht*



Não lembro se comentei mas minha cabeça explodiu há algumas semanas ao ler isto.

Sério... como pode... das duas uma.. ou eu subestimo demais a capacidade de entendimento de uma criança de dez anos, já que quando eu vi matrix no cinema tinha 10 anos... Ou eu tô ficando velho mesmo a ponto de não lembrar de que isso tinha sido há 10 anos... uma década. Assustador.

Comemorando a divisão de águas cinematográfica que foi The Matrix, o podecast do Jovem Nerd fez sua edição especial sobre The Matrix, que vale muito a pena ser ouvida, pois não só relembra o marco que foi a trilogia bem como os questionamentos filosóficos principais do filme.

Um ponto muito interessante levantado que vale ser ressaltado é a relação entre a pílula vermelha oferecida por Morpheus a Neo, a qual levaria ele à "realidade", fora da matrix e a maçã que do jardim do eden, que resulta por expulsar nosso famigerado casal Adão e Eva do "Paraíso"... uma maçã, vermelha.

O vermelho como cor de transformação da realidade é bem interessante...
Lembrando que vítimas de fatalidades tem seu vermelho espalhado por todo o asfalto...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Hello? Anybody there?





Bom, Deus, se você existe, ligue para o meu celular e me responda, qual o sentido disso tudo?

Deus diz:
1,1,2,3,5,8,13,21,34,55...


ps: sim, "deus" é designer =)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Sustentabilidade.

Palavrinha capiciooooosa hein
Mentira, se fosse daríamos mais atenção a ela (y).

Antes uma pequena introdução quanto ao motivo de postar sobre este tema:
Estava eu no ónibus, a caminho de casa... quando adentra uma pessoa, aparentemente humilde, muito simpática com o motorista, o cobrador... Saquei: esmola ou totobola. Eu singanei!!!
Era um sujeito, Marcio Kalidosa. Começou seu discurso contando sua história de vitória a respeito das luta contra o vicio por entorpecentes. Ontem, segundo ano, fez um ano que não usava nenhuma substância ilícita e "que alterasse seu comportamento", espero eu que álcool esteja aí, mas enfim... Pouco antes desta intervenção, estava eu a questionar sobre sustentabilidade e design, da falta de abordagem de um tema tão importante e que deveria estar muito em voga se não fechássemos nossos olhos com superbondi.
Ele distribuiu alguns folders (aliás, de qualidade gráfica muito, MAS MUITO, superior encartes que vemos por aí...) falando da violência e sua associação ao álcool e drogas em geral e um texto de sua autoria com palavras de estímulo à não desistir dos seus objetivos por mais difíceis que sejam:

"Não fique aí sentado no trono da derrota,
Comece de novo!"
KALIDOSA, Marcio. Comece de Novo.

Últimas frases de seu texto...
E ele fez questão de salientar que mesmo quem não pudesse contribuir (sim, ele pedia contribuição pelo fato de, ah... tanto faz... aquelas moedas fariam mais falta pra ele...) ficasse com os folders e espalhasse a mensagem, hoje mesmo, pois amanha sempre pode ser tarde...

Mesmo que tenha sido uma bela estratégia de marketing, eu achei muito válida pelo simples fato das palavras dele que, verdadeiras ou não, certamente farão  diferença para alguém... afinal este tipo de problema sempre pode estar mais perto do que pensamos... E não é fácil...

Enfim... Acabei fazendo um nexo que até então não tinha tido a oportunidade de pensar sobre...
Quando falamos em "sustentabilidade", normalmente falamos de algo relacionado à sustentação da vida na terra e o tópico inerente:  impacto do homem sobre o meio em que vive. Entretanto percebo, agora, que sustentabilidade não é só isso... pois a sustentação da sociedade humana não depende apenas de um meio conservado, mas sim do próprio homem (e aqui estou sendo mais antropocêntrico do que gostaria ao colocar a sustentabilidade com relação à sustentação da vida HUMANA na terra, pelo simples fato de que, infelizmente, o homem é o único que tem o poder de reverter a situação que causou. Poder não, RESPONSABILIDADE, DEVER.) uma vez que a sociedade humana interfere diretamente, infelizmente, sobre a sustentação do meio em que vive. Impacto.
É nossa sina tentarmos mudar o mundo antes que acabemos todos sufocados por um saco plástico preso à cabeça.
Mas como fazer a minha parte?

Aqui rola um link, que vi em uma coluna do site JovemNerd (aliás, recomendo, o podcast deles é hilário e muitas vezes fala de assuntos muito sérios... e nerdisses, óbvio 8-]  )  sobre a produção ecologicamente correta da série 24 Horas (e parabéns para a Fox por fazer o mínimo =]  ) e tem um link super interessante sobre quantas árvores você precisa plantar pra compensar a sua existência poluente na terra.

Claro...diria que 99,9% dos leitores e eu não temos oportunidade de plantar nossas, em média,  25 árvores, então, o mínimo que podemos fazer é seguir algumas dicas básicas de SUSTENTABILIDADE.

Também aproveito para pinicar os designers/projetistas/desenhadores que por ventura venham a ler este texto:
Quais os passos que o design pode dar em direção a uma sociedade e meio sustentáveis?
Escolhas de meios de produção ecologicamente corretos? Pensar no pós-uso dos produtos projetados e materiais utilizados? Comofas?

PenseBem® !




 
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