quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A Importância da Fé

Hoje vou escrever sobre algo que há alguns anos até repudiava, quiçá tinha medo de encarar.

Já aviso que após e durante o texto seguirá uma lista de links que recomendo muito, pois ajudam a dar um sentido especial ao que vou escrever. E lá vamos nós!


Se o sentido da existência está na busca e no encontro da felicidade, conforme muitos defendem, por tabela diz-se então que somente a vida do ser humano tem sentido, que todas as demais criaturas e fenômenos do universo conhecido o são em função do homem, por estes não terem a noção do significado do conceito de “felicidade”, a principio.

Mas o homem é apenas uma das quase 2 milhões de espécies de seres vivos que habitam o planeta Terra, que por sua vez orbita o Sol, que é apenas um dos setenta septilhões de estrelas conhecidas pela ciência humana no Universo (70 seguido de 22 zeros e, pasmem, isso é maior que o número de grãos de areia na Terra).

Dada a grandiosidade e diversidade da criação, tanto no nosso planeta quanto além dele, fica claro que a busca por momentos de pico de serotonina é apenas a ponta do lápis no papel, como diria Carl Seagan ao explicar a “4ª Dimensão”. E talvez seja bem esse o caso. Tamanha é a nossa pequenez ante ao Universo que não temos como perceber a criação em sua totalidade, não temos como compreedê-la, decodificá-la. É pretensão demais afirmar, mesmo que indiretamente, que somos o centro de algum tipo de plano especial ou que a criação sirva a nós de alguma forma, subjugando-a. É um show de pouca platéia pra um patrocínio tão grande.

Entretanto é sabido também que muito provavelmente nunca venhamos a ter conhecimento a respeito da verdadeira razão de nossa existência.

Mesmo que, e agora vou puxar bastante para o lado da ficção científica asimoviana, venhamos a sobreviver ao caos que estamos implantando em nosso planeta, e em um futuro distante fizermos contato com outras formas de vida inteligentes de origens longínquas, unindo esforços para encontrar a resposta dessa dúvida (que não é 42! Haha, essa foi pros nerds de plantão), descobrindo que não passamos de um experimento nano em uma placa de Petri gigante, isso só ia transferir a pergunta, pois qual seria a razão da vida dos seres que nos mantém na placa?

Sendo assim, o que nos resta enquanto seres de humilde presença no Universo? O que fazer? Em que acreditar?

Foi aí então que descobri a importância da fé. Poderia citar alguns experimentos científicos e embasados bem interessantes que dão dicas a respeito da capacidade de transformação que a fé invoca no corpo físico, no âmbito da saúde, por exemplo, mas não é esse o ponto.

Falando um pouco sobre mim, coisa que evito, ao menos de forma direta, no blog, tenho estudado o budismo, sua doutrina e mesmo não possuindo um “Deus”, faz todo o sentido na minha percepção atual de Mundo, posso dizer que é a doutrina que quero para a minha vida, é o que eu Acredito.

A fé tem esse papel. Ela ajuda a dar sentido às coisas. E mais importante, ajuda a mantermos uma guia na nossa maneira de viver, aproveitando os momentos que temos com qualidade e sabedoria, responsabilidade e satisfação, e mais, ajudando a evoluirmos e a colaborarmos com o desevolvimento dos outros.

A exemplo do budismo, vou colar um trecho do post “Namastê Filosófico – A busca pela Verdade” do blog Psique Ativa, do Caio, que creio que traduz perfeitamente e brilhantemente o sentimento que quero deixar registrado com a conclusão desse post:

“Se esquecermos a idéia de “Verdade”, iremos nos ocupar do “Aqui e Agora”. Sempre irá existir a realidade que está Além. Então apenas cuidemos de nossas plantações e colheitas, de nossos “irmãos”, de nossa casa. Isso de certa forma basta.”

Fim.


Links recomendados:

A Morte de Shaka de VIrgem - A morte para o Budismo (trecho de um desenho animado japonês que aborda a questão de uma maneira muito bonita)

Versão original e extendida do vídeo acima, com legendas em portugues e audio original em japonês.

A VIsão Budista da Morte (série de três audios)
Parte 1
Parte 2
Parte 3

Conto "A Última Pergunta" de Isaac Asimov. Encontrado nos livros: "Sonhos de Robô" e "Nove Amanhãs"

 
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