quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um Insight

Tá, então eu acho que não sirvo pra budista....

A partir deste parágrafo colocarei minhas colocações e convicções pessoais independentes do budismo, por mais que possam fazer alguma referência a ele:

Vou continuar seguindo a conduta moral e ética que sempre acreditei ser a certa e necessária para o desenvolvimento sustentável e harmônico da sociedade e da vida como um todo, humana ou não, sem sofrimento.

Como humano, minha motivação, meu objetivo final, além de evoluir como organismo, inerente a qualquer forma de vida por ter sido "amaldiçoado" com a consciência, necessito descobrir uma razão para a existência, não apenas da Vida mas de Tudo. Mesmo que este objetivo seja inatingível, os meios necessários para atingí-lo reverberam sob a forma de desenvolvimento cultural, científico, tecnológico e filosófico na sociedade humana, gerando respaldo para que outros humanos como eu possam continuar esta busca sem fim após o meu perecer.

Não concebo alma... Pra mim é um resquício da necessidade humana de se valorizar em contraponto ao "nada" que ela representa no contexto "Universo". Uma esquizofrenia inerente à consciência, a qual, devido a falta de propósitos e significado objetivos, necessita gerar idéias para que a mente não entre em um estado de paradoxo, até depressivo, comprometendo o seu desenvolvimento. O mesmo vale para "Deus". Ambos cacoetes da visão antropocêntrica que sempre nos acompanhou durante nossa evolução cultural. Não tenho nada contra as pessoas da fé, pelo contrário, reconheço a importância desta enquanto fenômeno psico-social e até mesmo para a saúde mental e física.

Eu disse "nada". Explico: No contexto Universo, do que sabemos, nossa existência é tão importante para ele quanto a de uma folha de grama, quanto ao de uma sub-partícula atômica que só existe por 3,27 milissegundos. E isso significa muito, não diminui, mas apenas engrandece a vida, as estrelas, enfim, o universo; frutos de uma sucessão "milagrosa" de fatos que geraram as condições necessárias para que este que vos escreve possa pressionar seu dedo sobre a tecla da letra A.

O ego, as idéias, as percepções, os sentidos, nada mais são do que impulsos elétricos, no cérebro, somatórios de experiências vividas e características geneticamente adquiridas, manifestadas ou não. Com a morte, o corpo degrada-se, os átomos voltam, lentamente, a integrar o "Banco de Átomos" do planeta, gerando outras formas de vida como vegetais, minerais, animais e etc.

Continuarei praticando a meditação sentada, com atenção na respiração, treinando a atenção plena, a qual acredito ser um exercício importante para que a mente assimile a idéia da "Grandiosa Insignificância" humana, o que considero algo positivo, pois aumenta nossa compaixão e humildade, para que meu ser não perca o foco e possa realizar os objetivos descritos anteriormente, ou tentar.

Continuarei recitando o Prajna Paramita Hidraya Sutta, simplesmente porque vejo, em suas palavras, as mesmas idéias que descrevi acima. É como um estudo de conteúdo novo da disciplina de história, se aprende lendo, estudando, refletindo, e nesse caso ainda, praticando. Mais ainda, é como uma auto-sugestão, condicionamento da mente através da repetição de um texto que significa simplesmente "compaixão".

Prometo não inaugurar uma seita com base nas minhas crenças, mas espero que não se importem se eu continuar na comunidade budista, abrindo tópicos e metendo o bedelho nos já criados, simplesmente porque creio que as palavras de Shakyamuni Buda devem ser um exemplo a ser seguido.

Ah, e claro, tudo isso ainda com a incerteza sobre as possibilidades do Universo, o que vale também para todas as minhas crenças pessoais, que podem cair por terra a qualquer momento. Podemos não passar de Matéria Negra entre uma partícula e outra em um tubo de ensaio gigante, tipo um Universo fractal*. Vai saber...

*Vide o final de MIB - Homens de Preto:






Gasshô

...digo, Abraço!

Um comentário:

  1. Oi Lipe,

    Muito bom este teu texto, entre outros.

    Quero levar lá pro meu blog, com os devidos créditos, claro,... tem muito a ver com minha forma de ver as coisas.

    Dá uma olhadinha e depois me autoriza ou não:

    http://windmillsbyfy.wordpress.com/

    Fy

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