Hoje vou escrever sobre algo que há alguns anos até repudiava, quiçá tinha medo de encarar.
Já aviso que após e durante o texto seguirá uma lista de links que recomendo muito, pois ajudam a dar um sentido especial ao que vou escrever. E lá vamos nós!
Se o sentido da existência está na busca e no encontro da felicidade, conforme muitos defendem, por tabela diz-se então que somente a vida do ser humano tem sentido, que todas as demais criaturas e fenômenos do universo conhecido o são em função do homem, por estes não terem a noção do significado do conceito de “felicidade”, a principio.
Mas o homem é apenas uma das quase 2 milhões de espécies de seres vivos que habitam o planeta Terra, que por sua vez orbita o Sol, que é apenas um dos setenta septilhões de estrelas conhecidas pela ciência humana no Universo (70 seguido de 22 zeros e, pasmem, isso é maior que o número de grãos de areia na Terra).
Dada a grandiosidade e diversidade da criação, tanto no nosso planeta quanto além dele, fica claro que a busca por momentos de pico de serotonina é apenas a ponta do lápis no papel, como diria Carl Seagan ao explicar a “4ª Dimensão”. E talvez seja bem esse o caso. Tamanha é a nossa pequenez ante ao Universo que não temos como perceber a criação em sua totalidade, não temos como compreedê-la, decodificá-la. É pretensão demais afirmar, mesmo que indiretamente, que somos o centro de algum tipo de plano especial ou que a criação sirva a nós de alguma forma, subjugando-a. É um show de pouca platéia pra um patrocínio tão grande.
Entretanto é sabido também que muito provavelmente nunca venhamos a ter conhecimento a respeito da verdadeira razão de nossa existência.
Mesmo que, e agora vou puxar bastante para o lado da ficção científica asimoviana, venhamos a sobreviver ao caos que estamos implantando em nosso planeta, e em um futuro distante fizermos contato com outras formas de vida inteligentes de origens longínquas, unindo esforços para encontrar a resposta dessa dúvida (que não é 42! Haha, essa foi pros nerds de plantão), descobrindo que não passamos de um experimento nano em uma placa de Petri gigante, isso só ia transferir a pergunta, pois qual seria a razão da vida dos seres que nos mantém na placa?
Sendo assim, o que nos resta enquanto seres de humilde presença no Universo? O que fazer? Em que acreditar?
Foi aí então que descobri a importância da fé. Poderia citar alguns experimentos científicos e embasados bem interessantes que dão dicas a respeito da capacidade de transformação que a fé invoca no corpo físico, no âmbito da saúde, por exemplo, mas não é esse o ponto.
Falando um pouco sobre mim, coisa que evito, ao menos de forma direta, no blog, tenho estudado o budismo, sua doutrina e mesmo não possuindo um “Deus”, faz todo o sentido na minha percepção atual de Mundo, posso dizer que é a doutrina que quero para a minha vida, é o que eu Acredito.
A fé tem esse papel. Ela ajuda a dar sentido às coisas. E mais importante, ajuda a mantermos uma guia na nossa maneira de viver, aproveitando os momentos que temos com qualidade e sabedoria, responsabilidade e satisfação, e mais, ajudando a evoluirmos e a colaborarmos com o desevolvimento dos outros.
A exemplo do budismo, vou colar um trecho do post “Namastê Filosófico – A busca pela Verdade” do blog Psique Ativa, do Caio, que creio que traduz perfeitamente e brilhantemente o sentimento que quero deixar registrado com a conclusão desse post:
“Se esquecermos a idéia de “Verdade”, iremos nos ocupar do “Aqui e Agora”. Sempre irá existir a realidade que está Além. Então apenas cuidemos de nossas plantações e colheitas, de nossos “irmãos”, de nossa casa. Isso de certa forma basta.”
Fim.
Links recomendados:
A Morte de Shaka de VIrgem - A morte para o Budismo (trecho de um desenho animado japonês que aborda a questão de uma maneira muito bonita)
Versão original e extendida do vídeo acima, com legendas em portugues e audio original em japonês.
A VIsão Budista da Morte (série de três audios)
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Conto "A Última Pergunta" de Isaac Asimov. Encontrado nos livros: "Sonhos de Robô" e "Nove Amanhãs"
Entrevista com um monge budista, bem esclarecedora e direta =D
ResponderExcluirhttp://www.cozinhajaponesa.com.br/v04/culturajaponesanoticias_d.asp?s=3&c=229
ai lipe vc escreve demais Y_Y em todos os sentidos
ResponderExcluirFala grande Lipe!
ResponderExcluirque legal que postou o post...hehe
ficou bacana, prinicpalmente a parte:
"É um show de pouca platéia pra um patrocínio tão grande"
isso q vc falou lá no meu blog, é deveras significativo..... acontece muito essa coisa de coincidencia.... ou Sincronicidade como chamaria Jung (ele tem até um livro muito bom com esse titulo, mas q eu nao entendi bulhufas...rs -mentira, tentei entender um pouquinho)....
O Budismo cada vez mais se apresenta como a Filosofia mais "alguma coisa" que já li sobre.....
Grande abrs
Namastê!
Caio
Como tu mesmo percebeu lá na minha última postagem, ando pensando muito sobre isso nos últimos tempos. Qual o papel da fé, afinal?
ResponderExcluirO ser humano é um ser ínfimo. Mesmo que a Renascença e o Iluminismo tentassem mostrar o contrário, não podemos ser isso "tudo". E qual o papel da fé, afinal?
Talvez seja o de nos colocarmos frente a algo maior na qual nem mesmo nós podemos compreender. Ou explicar, na medida do possível, o quão pequeninos nós somos frente aos nossos Irmãos.
Adorei!
beijo
Di