segunda-feira, 27 de abril de 2009

Expectativas



Neste domingo, no Khadro Ling, a Lama Sherab Drolma fez uma analogia muito interessante:

"Nós vemos o arco-íris sem expectativas.
Sabemos que para que ele ocorra são necessários que alguns fatores aconteçam em conjunto.
Temos uma visão naturalmente budista sobre o arco-íris.
Não criamos expectativas para vê-lo, pois sabemos que quando aqueles requisitos para que ele aconteça se alinharem, ele acontecerá.
Ao mesmo tempo que não criamos expectativas para vê-lo, não ficamos indiferentes com a sua presença. Admiramos. Chamamos pessoas para vê-lo também. Mas não sofremos se ele não aparecer."
Olhamos para o arco-íris de maneira sabia.

Espero um dia olhar para outras faces da vida mundana da mesma forma. Principalmente no quisito das relações interpessoais.

Sabemos que para que elas ocorram alguns fatores devem estar presentes.
Entretanto criamos muitas expectativas sobre as pessoas, anceios.
Justamente sobre as pessoas, que menos temos "controle" ou podemos esperar atitudes previsiveis. Isso causa sofrimento, a não contemplação de nossas expectativas.

Tudo no mundo é efêmero. Objetos, pessoas, palavras, ações, etc. Tudo vêm e vai. Tudo tem um inicio, um desenvolvimento, um fim e um recomeço ou mudança.
"Tudo muda o tempo todo, no mundo."

Não devemos ser indiferentes às pessoas. Devemos apreciar quando conseguimos construir uma relação que faz bem a sí e aos outros, uma relação saudável. Manter um distânciamento diferente de isolamento. Um distanciamento referente à compreensão de que as coisas independem de nossas expectativas.

Devemos ficar felizes quando alguem que gostamos nos diz palavras bonitas, de coração. Mas não devemos levar em consideração palavras ruins que alguém que não goste tanto de nós assim, por mais "não intencinal", impensado ou expontâneo que sejam. Não devemos retribuir com ódio ou rancor, com desânimo ou baixar nossa auto-estima.

Ainda nas palavras da Lama Sherab Drolma:
"Quando o fazemos, é como se a pessoa tivesse tentado acertar uma flecha contra nosso peito. E a flecha cai ao chão, perto de nossos pés. Aí então pegamos a flecha e começamos a cravar em nós mesmos, nos perguntando:
O que eu fiz para esta pessoa pensar isso de mim?
Será mesmo que é verdade o que esta pessoa disse?
Por que esta pessoa não gosta de mim?"


Releve o que lhe causa sofrimento, não há motivo para levar em consideração críticas que não sejam construtivas, que tenham malícia e o veneno da inveja diluído em suas palavras.

Mas aprecie e regue as boas relações, cultive os bons amigose destes, quando construtivas, ouça as críticas. Por mais duras que sejam, é sabio refletir sobre elas visando uma melhora do seu ser.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Ignorância


Namastê

Hoje decidi falar de um assunto que estava planejando há algumas semanas. A ignorância.

Por hipocrisia minha critico muito pessoas que são ignorantes por gosto, por não querer saber das coisas mesmo tendo oportunidade. O clássico cego que não quer ver...
Ou aquele que olha o dedo ao invés de olhar a Lua, conforme disse o sábio Bruce Lee, recentemente quotado neste blog.

Entretanto esqueço-me que somos todos ignorantes dentro de nossos conhecimentos, pois nem sempre o que julgamos saber, o é. Na maioria das vezes estamos enganados aliás. Não por saber o "errado", mas por esquecermos que uma mesma coisa pode ter diferentes verdades.

Umbanda.

Sempre olhei com maus olhos esta crença por N motivos, dentre eles o "ouvi falar que..." e assim por diante. Nos deixamos agregar conhecimentos de outros como se fosse o nosso. E não o é.

Pra quem não sabe o que é umbanda e pra quem julga saber, principalmente para os que julgam saber, eu recomendo este link: Umbanda - Saindo da Matrix

Quem diria que seria possível um conhecimento, teoricamente, bem presente na nossa sociedade brasileira, fruto de misturas diversas, se apresentar tão desconhecida para as pessoas em geral? E me incluo nelas...

Quem diria que a Umbanda, um crença tida erroneamente como afro-descendente, poderia ter suas origens nas crenças tibeto-nepalesas?

Enfim, não vou dar spoilers nem ouso copiar as palavras do link que foram tão bem escritas para iluminar nosso conhecimento sobre tal crença. Leiam por vocês mesmos e surpreendam-se!

Claro, não podemos também perder a noção que está é uma das várias possíveis verdades sobre um tema, mas lembro também que a única certeza deste mundo, é a morte [e o ciclo das coisas], então, aproveitem!

Boa leitura!

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Palavras não podem expressar a Verdade.

Aquilo que as Palavras expressam não é a Verdade.

"Subhuti, não afirmeis que o Tathagata concebe a idéia: ‘Eu indiquei um Ensinamento’. Pois se qualquer um disser que o Tathagata indicou um Ensinamento esta pessoa realmente calunia o Buddha, e é incapaz de explicar o que ensino. Para qualquer sistema que pretenda declarar a Verdade, a Verdade de fato não é declarada; apenas damos a estes sistemas o nome de ‘uma declaração da Verdade".

Até os próprios Ensinamentos são relativos, pois as palavras não podem descrever e conceituar o Absoluto, são como sinais de trânsito apontando o caminho para a Verdade, mas não são a própria Verdade. Na realidade o caminho também não existe porque a Verdade não vai nem vem, sempre esteve aqui e agora conosco, o tempo todo desde sempre, não havendo necessidade de dar um só passo para encontrá-la.

domingo, 19 de abril de 2009

Meditar

Depois de uma visita a SP, provavelmente uma das melhores viagens que eu vou fazer em anos, com as cias perfeitas \o/ (foi demais guriãssss *O* vlw por td!) e com direito a visita a um templo budista, o Templo Zu Lai, no feeling de arrecadar informações, já que entendi q deveria fazer isso, devido aos sinais pessoais q recebi, encontrei isso que ainda não ví todo mas me parece bem interessante até o momento:




E esse também:
parte 1:




parte 2:




parte 3:





Bom filme ^^

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Prem Rawat

Prem Rawat, o Maharaji (título que carrega).

Pela primeira vez ouvi falar dele naquele filme bisonho... "O Guru do Sexo"... do cara q descobre q pode ficar rico sendo charlatão e bla bla bla e ele se apaixona por uma guria lá..enfim.. pastelões americanos...

Quando ouvi, relevei, pois logo pensei "ah, deve ser mais um charlatão desses ganhando às custas do sofrimento alheio..."

Entretanto, acabei de vê-lo na televisão, até então não sabia que era ele o tal maharaji, pra mim era só um indiano dizendo coisas... Daí parei pra ouvir.

Meu mundo se abriu.

Tudo que andei lendo sobre hinduísmo, budismo, taoísmo, etc, passou a fazer sentido...

Bom, vejam e entendam o porque...


Prem Rawat (Maharaji) - "This is what I do" (legendado)





Prem Rawat (Maharaji) - A Viagem / The Journey





Palavras de Paz - "Luz Interior"

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Frenesi



Hoje a caminho pro trabalho minha mãe comentou a respeito de um fato tenebroso que ocorreu na noite de ontem. Chegando, fui conferir a notícia. Segue um trecho:
"Empresária matou família no RS para poupá-la de sofrimento com dívidas, diz polícia.

Proprietária de duas empresas na área de calçados em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, a empresária Roselani Picinini D'Ávila, 47, é acusada de ter matado três pessoas da mesma família: o marido, a irmã e a sobrinha, de seis anos. De acordo com a Polícia Civil, a mulher --que tentou se matar após os crimes e está internada- confessou ter matado a família em depoimento à polícia, no hospital.

"Ela assumiu plenamente os atos", disse o delegado Nauro Osório Marques, titular do 1º DP de Novo Hamburgo, responsável pelo caso. Os corpos foram encontrados na madrugada de hoje. A empresária também foi encontrada ferida.

Segundo o delegado, o crime teria sido premeditado pela mulher, que estava com dívidas. Ainda de acordo com Marques, ela sustentava a irmã e a sobrinha, e o apartamento onde vivia estava em processo de penhora.

Em sua casa, foram encontradas cartas em que ela afirmava passar por dificuldades financeiras e dizia que iria matar as pessoas que mais amava. "Ela disse que queria poupá-los do sofrimento", afirmou.

A polícia informou que Roselani frequentava um psiquiatra e tomava remédios para depressão há algum tempo. Em entrevista à Folha Online, Marques afirmou que, apesar de ter confessado o crime, a empresária mostrou-se "arrependidíssima. "Ela tinha a sobrinha como uma filha", afirmou."


Minha mãe comentou:

"É, hoje em dia, do jeito que as coisas estão, temos que aprender a viver com o que temos..."


Eu digo ainda que se o sistema capitalista não sofrer mudanças e adaptações radicais, casos assim acontecerão cada vez com mais frequência (sem trema?) e não mais 3 em um milhão como afirmam as estatísticas.

A pressão é tanta que as pessoas estão perdendo o controle sobre si. Mas, imagino eu que outros também notem, pior ainda é a frustração, de você trabalhar todo dia estafantemente e ter até mais de um emprego ou fazer "freelas" para pagar suas contas e ainda os malditos impostos...

E aqui cabe um parêntese:
Segundo a Federasul (e o Impostômetro), trabalhamos cerca de 4 meses para pagarmos APENAS impostos de todo o ano de consumo, do IPVA ao INSS. Entretanto é uma média geral. Em muitos casos, cerca de 50% dos meses de trabalha são apenas para pagar impostos.
...para vermos o novo avião luxuoso do nosso gracioso presidente, que diga-se de passagem, é bem melhor que o do Bush enquanto era presidente (wtever...). Afinal de contas, o nosso espertíssimo e gozador presidente, merece ;D (y) isso sem falar na nova centena de empregados que ele contratou, tipo, serviçais, mordomos...

Poisé e enquanto tem gente se matando, tem gente voando e fazendo piada. E isso é o Brasil, meu Brasil americano, meu mulato sofredor, que sempre dá um jeitinho pra tudo o/

E se no nosso país a coisa tá assim, logo no Brasil, um país que sempre foi tão alegre =D, como será que não está nos EUA, tipo, de verdade, porque certamente a imagem que os EUA vendem para os jornais mundiais é bem mais "otimista" do que a realidade, os EUA sabem que marketing pessoal é tudo.

E assim, como todos os ciclos do universo, este também terá que se renovar. Este sistema NÃO DÁ MAIS.

E aliás, o post recente no blog do Vi está, de certa forma, muito relacionado a este assunto.

Temde~nsiatotau e viva o desapego material.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Não tome o dedo pela Lua.


O genial Bruce Lee, certa vez, disse:

Veja-o como um dedo apontando para a Lua. “Por favor, não se fixe ao dedo, senão você perderá inteiramente a beleza do firmamento. Após tudo, a utilidade do dedo é em apontar, longe dele mesmo, a LUZ que o ilumina e que ilumina a tudo mais”.


Ontem, conversando com a Ami e com o Vi, deparei-me com um texto que ela havia escrito algum tempo, que de certa forma, de maneira impecavelmente poética, descrevia um pouco de mim...

Ao reler notei que não bato mais 100% com ele, conforme outrora.
Mas bem, as pessoas crescem, mudam, umas para melhor, outras não... outras permanecem estagnadas... enfim...
Entretanto, talvez seja impressão ou mera nostalgia, conforme conversei com o Thiago esses dias, mas sinto que naquela época as coisas em geral tinham mais graça, eram mais apaixonantes, não precisavam fazer sentido e não eram tão complexas como hoje... talvez pela benção da ignorância da imaturidade.

Mas amadurecer significa abrir mão de alguma parte de nós? De uma parte que dava mais vida à vida? Significa endurecer e perder la ternura?

"...pero sin perder la ternura jamás!"
Che.


Talvez o caminho que certas buscas tomam estejam me afastando de mim mesmo, por pura ironia do destino, na tentativa de me conhecer melhor e ao em volta, me perdí de mim mesmo em dado momento da jornada...

É como dirigir em uma autoestrada, por mais que os campos sejam verdejantes, as montanhas brinquem de fazer gigantes e o animais dos pastos sigam suas vidas bucólicas, o motorista só pode olhar pra frente, sem admirar a paisagem...

Talvez seja necessário parar por um momento no acostamento, alongar-me, admirar o que precisa ser admirado e aí então seguir viagem... Até nestas viagens, quem diria, é necessessário parar um pouco...

"Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás!"



Jamás...

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Uma daquelas coincidências estranhas que têm acontecido seguidamente...
Estava lendo um dos meus blogs favoritos, que aliás, tem um conteúdo bárbaro, e me deparo com o seguinte texto:

"...

O Mantra OM NAMAH SHIVAYA é um mantra de evocação a Shiva. A tradução literal do mantra seria "Eu Saúdo o Senhor Shiva". Shiva é, segundo a tradição hindu, o segundo aspecto da trindade. Ele possui vários epítetos (atributos), sendo os mais conhecidos "transformador, o de doce efulgência, o de três olhos" (tryambake)... No entanto, a palavra Shiva é literalmente "o Benevolente". Shiva é a Consciência Pura, o fundamento original do Ser. No yoga e nas correntes védicas ele é chamado de Brahman. Brahman e Shiva representam o mesmo princípio: O Todo, o Absoluto, o Fundamento Original do Ser. Sendo assim, Shiva é normalmente retratado em postura yogue, com rosto sereno, plácido e sempre em paz. Sendo O TODO, nada está fora dele, e portanto, ele é sempre o mesmo, igual em todas as circunstâncias.

Mas a maioria das pessoas associa Shiva a movimento, pois está associado a transformação, mudança. E como acabamos de ver, ele é pura quietude, visto que SEMPRE É O MESMO. Se é assim, por que associar ele a transformação, ou até mesmo à destruição? Parece que temos um paradoxo ai, não é mesmo?

Mas isso é só aparente.

Sendo Shiva a Consciência Pura, o Fundamento do Ser, quando evocado ou "sintonizado", tende a iniciar o "movimento de ajuste de foco" em nós mesmos. Assim, a "energia" de Shiva tem a propriedade de nos mostrar a Realidade Última, ou seja, a nossa própria natureza essencial. Shiva é o destruidor... das ilusões!

Quando isso ocorre, as dualidades da realidade aparente em que vivemos tendem "a se chocar", causando uma sensação aparente de desordem ou mudança.

Na verdade, as mudanças ou "viradas de cabeça" que a energia de Shiva provoca não é nada mais do que um "puxão para a Realidade". E quando falo realidade, não falo da realidade ordinária, do dia-a-dia. Falo da Realidade da Consciência como sendo uma e tudo. Falo de um puxão ou um fluxo de energia que se cria no sentido de "movimentar as dualidades em nossa cara" e fazer com que surja a possibilidade de perceber o REAL, o essencial de tudo e em tudo.

..."

Bom, pra quem não sabe, tenho estudado e praticado um corrente dentro do hinduísmo e pra mim, foi tocante ler isso, neste momento.

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É como se você jogasse um jogo em primeira pessoa, onde você vê as suas mãos de perto e o cenário com os próprios olhos, e então, em dado momento, mudasse a câmera, a perspectiva, e daí visse o jogo em terceira pessoa, vendo seu personagem de trás, sem ver suas mãos de perto...
Sensação de perda de um pouco de identidade...

Obviamente, o jogador de primeira pessoa não sabia lidar com algumas situações que o jogador de terceira agora sabe, pela falta de visão mais abrangente, do todo, maturidade...
Mas o jogador de primeira também não se pegava abalado por não conseguir encontrar um sentido ou o mecanismo das coisas, ele apenas vivia, sem se questionar sobre isso...

Mas qual a necessidade desse questionamento? Por que tem que ter um sentido? Sou só eu ou fria lógica que adquirimos com a idade, necessariamente, entra em conflito com a falta de sentido lógico das coisas do mundo?

Enfim, só um parêntese mesmo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

I'm in *tzuisssht*



Não lembro se comentei mas minha cabeça explodiu há algumas semanas ao ler isto.

Sério... como pode... das duas uma.. ou eu subestimo demais a capacidade de entendimento de uma criança de dez anos, já que quando eu vi matrix no cinema tinha 10 anos... Ou eu tô ficando velho mesmo a ponto de não lembrar de que isso tinha sido há 10 anos... uma década. Assustador.

Comemorando a divisão de águas cinematográfica que foi The Matrix, o podecast do Jovem Nerd fez sua edição especial sobre The Matrix, que vale muito a pena ser ouvida, pois não só relembra o marco que foi a trilogia bem como os questionamentos filosóficos principais do filme.

Um ponto muito interessante levantado que vale ser ressaltado é a relação entre a pílula vermelha oferecida por Morpheus a Neo, a qual levaria ele à "realidade", fora da matrix e a maçã que do jardim do eden, que resulta por expulsar nosso famigerado casal Adão e Eva do "Paraíso"... uma maçã, vermelha.

O vermelho como cor de transformação da realidade é bem interessante...
Lembrando que vítimas de fatalidades tem seu vermelho espalhado por todo o asfalto...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Hello? Anybody there?





Bom, Deus, se você existe, ligue para o meu celular e me responda, qual o sentido disso tudo?

Deus diz:
1,1,2,3,5,8,13,21,34,55...


ps: sim, "deus" é designer =)
 
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